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No início de 2009, o mundo do esporte se surpreendeu com o caso do jogador Adriano. O atleta, que estava na Inter de Milão, resolveu dar um tempo na carreira, e, pelo menos por enquanto, abandonou o futebol, voltando para o lugar onde nasceu, a favela da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro. O antropólogo e professor da PUC de São Paulo, José Paulo Florenzano, tem uma opinião diferente de muita gente, e nesta entrevista exclusiva ao Blog do Torva ele fala o seu ponto de vista sobre Adriano e outros assuntos ligados ao futebol.
Blog do Torva: Como o senhor analisa este caso do jogador Adriano?
José Paulo Florenzano: Problemas pessoais à parte, pois isso todo mundo tem, o caso do Adriano ilustra um problema que diz respeito à inserção do atleta em uma engrenagem que o transforma numa peça movida por todo um aparato médico, técnico, empresarial, que está estabelecido no futebol. Partindo deste ponto de vista, eu interpreto a decisão do Adriano retornar ao Brasil como um gesto de sanidade mental. O atleta tem seu corpo trabalhado como uma máquina, e uma hora ele se sente saturado.
Blog do Torva: O Adriano voltou para favela, local onde ele nasceu. O que isso representa?
José Paulo Florenzano: O fato de ele voltar a andar descalço e de bermuda na favela, tem todo um simbolismo em torno disso, que é exatamente o resgate da dimensão lúdica daquilo que o levou a Europa, e que de certa maneira se perde dentro desta estrutura do futebol de hoje em dia.
Blog do Torva: Alguns atletas nasceram na miséria e de uma hora pra outra ficaram milionários, isso atrapalha de alguma forma?
José Paulo Florenzano: É um reducionismo grosseiro imaginar que o atleta é movido por um alto salário, claro que a condição social é importante, mas a especificidade do futebol reside na identificação do prazer de quem escolhe esta profissão. A questão de reduzir o comportamento do atleta, e achar que o empenho ou a ausência de empenho é culpa do dinheiro, isso é uma visão destorcida e equivocada.
Blog do Torva: Você é autor do livro Afonsinho e Edmundo, a rebeldia do futebol brasileiro, fale um pouco sobre ele.
José Paulo Florenzano: O livro trata da figura do jogador problema, e eu questiono e pergunto, ele é um problema pra quem? Por que ele é classificado como um problema? É muito claro que se torna um problema para pessoas encarregadas de governar a conduta daquele atleta. Foi construído durante os anos um modelo de atleta ideal, disciplinado, e o jogador problema que é rotulado como rebelde é todo aquele atleta que por um motivo ou outro se desvia e não se encaixa no modelo de jogador moderno que os clubes adotam.
Blog do Torva: O que o senhor acha dos técnicos autoritários?
José Paulo Florenzano: O técnico autoritário serve para pensarmos o quanto o autoritarismo está enraizado na sociedade brasileira, sempre que uma equipe está em crise, tem um clamor para a contratação de um técnico autoritário, como se isso fosse resolver todos os problemas do time. O treinador que se abre ao diálogo, que discute ideias, corre o risco de ser estigmatizado com a imagem de bonzinho, e isso significa incapaz de ter comando para alguns.
Blog do Torva: Para encerrar, o senhor tem mais alguma opinião sobre o Adriano?
José Paulo Florenzano: As pessoas não querem enxergar o verdadeiro significado do gesto do Adriano, nem mesmo ver o real significado e sua profundidade. O sintoma disso é o discurso que classifica o Imperador como doente. Doente é esta busca alucinada pelo corpo máquina, que tenta conseguir resultados de forma irracional e só pensando no lucro.
Um comentário:
alo adriano aqui quem fala e um fã seu ,quero te dizer que vc esta passando uma fase em sua vida pois sei que vc vai superar pois vc e um vitórioso. Adriano neste momento de usa vida vc esta precisando aceitar a jesus para que ele de um sentido para sua vida medite:buscai enquanto se pode achar envocai enquanto esta perto (Isaias 55v6) Jesus te ama!!!
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